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Amor e paixão têm diferenças no corpo humano? Entenda o que diz a ciência

A dopamina é um retransmissor. Uma substância química natural do nosso próprio corpo. Ela é associada ao sistema de recompensa. Já a ocitocina é mais ass...

Amor e paixão têm diferenças no corpo humano? Entenda o que diz a ciência
Amor e paixão têm diferenças no corpo humano? Entenda o que diz a ciência (Foto: Reprodução)

A dopamina é um retransmissor. Uma substância química natural do nosso próprio corpo. Ela é associada ao sistema de recompensa. Já a ocitocina é mais associada ao sentimento de vínculo. Antes de qualquer coisa e de discutir a pergunta que dá título a este texto, vale uma ressalva: amor e paixão são conceitos relativos. Não tem nada que defina, de forma exata, específica, quando uma pessoa vive, em um relacionamento, um ou outro, amor ou paixão. Mas há alguns sinais, no próprio corpo, que podem dar pistas sobre a pessoa estar em um momento mais eufórico, comumente relacionado à paixão, ou mais tranquilo, que socialmente atribui-se ao amor. "Eles são diferentes. A paixão é arrebatadora, ela é um sentimento forte um sentimento", explica Carmita Abdo, uma das maiores referências nos estudos da sexualidade, médica psiquiatra, livre docente pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo e professora do departamento de psiquiatria. Primeira transa aos 18 anos e dez parceiros na vida: pesquisa traça o perfil sexual Abdo, que é fundadora e coordenadora do programa de estudos em sexualidade (Prosex) do Instituto de Psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, um grupo de pesquisa multidisciplinar de ensino, assistência e serviços à comunidade, falou em entrevista ao podcast Bem Estar em junho de 2024. "Essas pessoas não conseguem dormir direito, estão geralmente muito exaltadas, estão jorrando dopamina na circulação, a necessidade de recompensa é muito grande." A dopamina é um retransmissor. Uma substância química natural do nosso próprio corpo. Ela é associada ao sistema de recompensa. Mas, como diz o ditado popular... A paixão também passa. E, se o relacionamento continuar, mudam também os neurotransmissores. "Ela vai sendo pouco a pouco substituída. Essa situação, quando o relacionamento tende a se manter pelo amor, que já é um sentimento mais calmo, mais tranquilo e que, logicamente, vem através de outros neurotransmissores trazer essa situação... A serotonina, que controla um pouco mais os impulsos, está muito mais presente, levando a uma sensação de bem-estar." Casal de mãos dadas. Unsplash/reprodução Também vem, quando a paixão vai dando espaço para o amor, outro neurotransmissor, que Abdo chama de substância do vínculo, do afeto. "O amor ele acontece se o relacionamento se prolonga. Eu vejo uma vez, eu vejo duas, eu vejo três, eu vou me aproximando... E aí a necessidade do vínculo vem surgindo através de ordem de uma substância que se chama ocitocina." Abdo compara a liberação de ocitocina no pós-parto da mulher. "A ocitocina é a mesma substância que a mãe jorra na circulação assim que ela tem o bebê. Ela acaba de dar à luz e, antes que ela adormeça, ela necessita ter o bebê junto do seu corpo apara ela poder, depois, relaxar." "A ocitocina é o que une os casais, levando-o a querer ficar juntos apesar de não ser mais aquele sentimento forte e arrebatador que é característico da paixão." Ouça a íntegra do episódio para saber mais. Comunicação/Globo